sexta-feira, 1 de outubro de 2010

QUEM SOU COMO PROFESSOR E APRENDIZ


Na minha prática pedagógica cotidiana procuro contribuir com a preparação dos meus alunos tanto para o mercado de trabalho como para o exercício da cidadania, conforme prescreve a LDB. Entretanto, essa dupla tarefa não é nada fácil.
Com a revolução tecno-científica, as tecnologias da informação e comunicação passaram a ser molas propulsoras do desenvolvimento econômico. Isso trouxe a escola novos desafios. Em primeiro lugar, a escola pública deve capacitar o educando para utilizar essas novas tecnologias, pois a população de baixa renda ainda não tem acesso a essas ferramentas. Mas é preciso ir além de um uso elementar das TICs. A escola deve capacitar os alunos para que eles utilizem esses novos meios como instrumentos de ensino-aprendizagem, o que pressupõe o desenvolvimento de diversas habilidades e competências, tais como: competência para acessar informações importantes, tratá-las e transformá-las em conhecimento; criatividade e habilidade para produzir coletivamente.
 Contudo, percebo que no momento não estamos (eu e a escola onde trabalho) preparados para essa nova fase da educação formal. A escola não possui uma infra-estrutura adequada e nem equipamentos suficientes para esse tipo de trabalho (a sala de informática dispõe de apenas oito computadores funcionando). Eu preciso de uma formação continuada nessa área, o que começo a fazer agora, para poder orientar meus alunos de forma mais consistente.
    Porém, existe um problema ainda mais complexo que precisa ser equacionado. Como conciliar o saber milenar da filosofia (disciplina que eu leciono) com as novas tecnologias?  De um lado temos um saber baseado em textos de leitura difícil que exigem sempre uma reflexão atenta e demorada. Por outro lado, pesquisas recentes mostram que o uso intensivo das novas tecnologias torna os adolescentes menos concentrados e com um pensamento mais superficial, o que pode ser entendido como um efeito colateral do excesso de informação. Sem dúvida, se conseguirmos solucionar essa questão estaremos dando um passo decisivo rumo a uma formação integral que realmente prepare tanto para o mercado de trabalho quanto para a cidadania, visto que a autonomia moral e política só podem ser conseguidas com o auxílio do pensamento crítico reflexivo, algo tipicamente filosófico.

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